O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, afirmou nesta quinta-feira (17) que o Irã tem a capacidade de lançar um ataque com "dezenas ou até centenas" de mísseis contra os países da Europa.
Durante audiência no Senado americano, Gates levantou a hipótese do ataque com mísseis para defender a revisão do sistema antimísseis dos EUA no continente europeu.
Em setembro de 2009, a Casa Branca decidiu mudar o projeto do escudo antimísseis na Europa devido à suposta ameaça dos mísseis iranianos de longo alcance sobre os aliados americanos da Otan.
Embora nunca tenha dito abertamente, a principal preocupação do governo americano até então eram os mísseis da Rússia, antigo inimigo da Guerra Fria que ainda possui o maior arsenal nuclear do mundo.
De acordo com Gates, os serviços de inteligência dos EUA e da Otan veem evidências de que o Irã tem a capacidade de lançar um ataque de grandes proporções contra a Europa.
- Um dos elementos [proporcionados pelos serviços de inteligência] que contribuíram para a decisão [de mudar o sistema de defesa antimíssil] foi a consciência de que se o Irã chegar a lançar um ataque de mísseis contra a Europa, não será com um ou dois mísseis, nem com um punhado.
EUA dizem que sistema é apenas para defesa
Durante a audiência no Senado americano, o secretário de Defesa dos Estados Unidos também afirmou que o novo projeto de escudo tem o único propósito de servir de barreira de defesa.
- [Um ataque iraniano] seria uma salva, na qual potencialmente teríamos dezenas, até centenas de mísseis contra a Europa. [O novo projeto] será capaz de proteger nossas tropas, nossas bases, nossas instalações e nossos aliados.
A preocupação dos americanos aumenta ainda mais porque, de acordo com as potências ocidentais, o Irã está tentando construir armas atômicas sob a fachada de um programa nuclear civil, acusação que Teerã nega.
Na última semana, o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma nova rodada de sanções econômicas contra a República Islâmica.
As medidas frustraram as expectativas de Brasil e Turquia, que em maio fecharam um acordo de troca de urânio com o Irã, com o objetivo de justamente evitar novas sanções ao país persa.
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