Mulheres se casam mais entre os 20 e 24 anos, diz pesquisa. Taxa de divórcios teve aumento significativo a partir de 2004.
A taxa de nupcialidade legal no Brasil apresentou, em 2008, o seu maior índice desde 1999. De acordo com o estudo Síntese de Indicadores Sociais 2010, divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa chegou a 6,7 por mil, entre a população com mais de 15 anos.
A taxa de nupcialidade legal é obtida pela divisão do número de casamentos pelo de habitantes e multiplicando-se o resultado por mil. O aumento no índice aponta para a reversão da tendência de redução das taxas de nupcialidade legal. Em 2008, o total de casamentos registrados foi de 959.901, cerca de 5% a mais do que o número observado em 2007.
A Síntese de Indicadores Sociais 2010 avalia as condições de vida do brasileiro. Segundo o instituto, a principal fonte de informações para a construção dos indicadores foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, que abrange todo o território nacional.
De acordo com o IBGE, o aumento no número de casamentos pode ser atribuído à melhoria no acesso aos serviços de Justiça, particularmente ao registro civil de casamento.
O estado com a maior taxa de nupcialidade em 2008 era o Acre, com 12 por mil habitantes. O posto era ocupado, em 1999, pelo Maranhão (11,4 por mil). A menor taxa foi registrada no Pará (4,4 por mil), em 2008, e no Amapá (2,5 por mil), em 1999.
Em 2008, a maior taxa de casamentos entre as mulheres permaneceu no grupo etário de 20 a 24 anos (29,7‰), como observado em 1999, seguida pela referente ao grupo etário de 25 a 29 anos (28,4%), superando a do grupo mais jovem, de 15 a 19 anos, que em 1999 vinha como a segunda mais alta.
Tal comportamento, em parte, resulta da elevação da idade média em que as mulheres estão formalizando suas uniões. A idade média da mulher solteira, em 2008, era, segundo o IBGE, 26 anos. Entre os homens, a idade média dos solteiros era de 29 anos.
O crescimento da taxa de nupcialidade legal está associado à elevação dos recasamentos. Eles representaram, em 2008, 17,1% do total das uniões formalizadas em cartório. Em 1999, este conjunto de formalizações das uniões totalizava apenas 10,6%.
Segundo o IBGE, entre os recasados, a proporção foi significativamente mais elevada para o arranjo conjugal formado por homem divorciado e mulher solteira, atingindo 7,4% dos casamentos. A composição oposta, ou seja, mulher divorciada e homem solteiro, representou 4,1% das uniões formalizadas. Quando os dois eram divorciados a proporção chegou apenas a 2,7%.
Apesar do avanço dos recasamentos, os casamentos entre cônjuges solteiros permanecem como conjunto majoritário, ainda que sua proporção venha declinando. Em 1999, 89,4% das uniões formalizadas em cartório ocorriam entre solteiros. Em 2008, esse índice passou para 82,9%.
Os dados sobre as dissoluções formais dos casamentos, divulgados nesta sexta, revelaram a estabilidade das separações e o contínuo aumento dos divórcios. Entre 1999 e 2008, a taxa de separações variou de 0,95 para 0,80. Já a taxa de divórcios passou de 1,20, em 1999, para 1,52, com aumento mais significativo a partir de 2004.
Cabe destacar que as separações judiciais concedidas no Brasil são caracterizadas, em sua maioria, pela consensualidade (76,2%).
Os aumentos dos divórcios levaram à formação de novos arranjos familiares. Quando os indivíduos separados ou divorciados iniciam uma nova união, formam um novo arranjo denominado “famílias reconstituídas”, especialmente no caso da presença de crianças.
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