Luiz Fernando da Costa, mais conhecido como Fernandinho Beira-Mar (Duque de Caxias, 4 de julho de 1967), é um criminoso brasileiro. Assim começa o verbete na Wikipédia acerca do mais célebre marginal brasileiro. Digo marginal porque há muitos criminosos brasileiros famosos por aí, soltos, que não podem ser classificados tecnicamente como marginais.
Ver Fernandinho Beira-Mar na capa da Veja mais vez me incomodou. E muito. Constrangimento e vergonha talvez sejam as palavras que melhor descrevem o sentimento que remexeu os meus “bofes”. Logo agora, quando após a super aclamada “vitória” do Estado sobre o crime organizado no Rio de Janeiro, começávamos a acreditar que não estávamos mais à mercê da bandidagem, recebemos essa nova. Ora, essa nova já é velha, nós é que quisemos nos iludir, achando que o problema estava resolvido. Fernandinho Beira-Mar – que, evangelizado, já foi visto com bíblia em suas viagens, sim, viagens, ora aqui, ora ali, sempre viajando de presídio em presídio – continua no comando de um negócio que movimenta milhões.
Sua prisão, tão celebrada e ventilada pela mídia em 2002, foi uma ação de eficácia duvidosa. Removeram o bandido das ruas mas foi apenas como se varressem o lixo pra debaixo do tapete. Maquiaram a cena, mas não limparam muita coisa. A sujeira ainda está lá e pior, sem previsão de quando será removida. A indústria da morte continua, com produtividade e mark ups de causar inveja. A capa de uma edição de Veja deste mês é um ultraje: Preso e ainda no comando – como o bandido mais perigoso do país continua a traficar, matar, sequestrar e controlar territórios de dentro de sua cela.
Foi inevitável não comparar o Brasil de Fernandinho Beira-mar com a Colombia de Pablo Escobar onde o poderoso mafioso escolhia até os guardas que tomavam conta do presídio que ele mesmo mandou construir!! Aqui no Brasil desse outro não menos notório bandido as coisas não parecem ser tão diferentes. Que país é esse? Como é possível que um sujeito trancafiado num presídio de segurança máxima (??) pode continuar gerenciando um negócio com operações tão complicadas como aquelas do mercado onde esse malandro é PhD? A maioria dos empresários teria um “troço” se ausentassem dos seus negócios por apenas três meses... Só uma rede invisível de maestros de togas e diplomas - delegados, juízes, parlamentares - orquestrando essa sinfonia macabra poderia explicar o êxito da empresa desse menino prodígio.
Luiz C. Leite é pastor, psicanalista, administrador de empresas, conferencista e escritor. Autor de "O poder do foco", editora Memorial; e "A inteligência do Evangelho", editora Naós; além de vários títulos por publicar.
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